“Buscamos o equilíbrio entre tratar uma doença e cuidar de uma pessoa”, diz especialista em paliativos

As notícias recentes evidenciaram a importância dos cuidados paliativos e levaram para toda a população mais informações sobre essa forma de tratamento que, diferente do que muitos acreditam, não é utilizada somente em casos terminais, mas sim uma forma mais acolhedora e respeitosa para aqueles que são diagnosticados com doenças graves e que oferecem risco à vida.

“O que é preciso se ter em mente é que os cuidados paliativos consistem em uma abordagem multidisciplinar cujo objetivo é minimizar o sofrimento e preservar a qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento físico, psicológicos e espiritual, independente de qual a crença do paciente”, explica a Dra. Camila Oliveira, oncologista da Rede Meridional/Kora Saúde, que é especialista nesse tipo de tratamento.

E os cuidados paliativos não excluem os tratamentos modificadores de doença, pelo contrário. Podem e devem andar juntos, buscando sempre o equilíbrio entre tratar uma doença e cuidar de uma pessoa. A profissional reforça que o ideal é que, já no diagnóstico de uma doença grave, como ELA, Alzheimer, câncer metastático, onde o paciente tem risco de morte, haja o cuidado paliativo atrelado ao tratamento, para que se possa saber em que esse paciente acredita, o que ele precisa, o que é importante para ele, e tratar os sintomas físicos.

Para que o tratamento seja feito da melhor maneira, uma equipe multidisciplinar deve estar envolvida, com atendimento de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, nutrólogos, enfermeiros e psicólogos. E os procedimentos envolvidos no tratamento são variados e determinados pelo estado de saúde de cada um dos pacientes.

“Temos que curar quando possível, mas cuidar sempre. Temos que cuidar do paciente e sempre avaliar se as intervenções vão trazer mais benefício ou mais dor. E é com base nisso que a decisão é tomada de forma conjunta, pela equipe médica, familiares e o próprio paciente. Com isso, as pessoas que estão em tratamento se sentem, inclusive, mais acolhidas e respeitadas”, conta.

Por fim, o importante é reforçar que cuidados paliativos não são cuidados de terminalidade, de fim de vida. Os cuidados de fim de vida fazem parte do protocolo paliativo, uma etapa específica do tratamento. Mas o paciente a por outras etapas, inclusive momentos em que os tratamentos modificadores de doença são mais intensos do que os paliativos. Os cuidados de fim de vida ocorrem no momento em que o paciente evolui para a terminalidade.

Por fim, os cuidados paliativos não são sinônimo de cuidados de terminalidade, de fim de vida. “No hospital usamos o performance status do paciente como indicador desde a primeira avaliação até a alta.  E observamos que a maioria tem uma melhora na qualidade de vida, pois controlamos a dor, conseguem se alimentar e se comunicar melhor. Os cuidados paliativos não curam a doença, mas cuidam do paciente da melhor forma possível”, finaliza Camila.

Redação

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