Ao completar 41 anos, Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica defende que investir em tratamento adequado ainda é a melhor chance de cura

Na sexta-feira, dia 13 de maio, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica completa 41 anos de existência e luta contra o câncer infantojuvenil. Em seu aniversário, a SOBOPE faz uma reflexão sobre a infraestrutura do tratamento oncológico e o futuro da oncologia pediátrica no país.

“A oncologia pediátrica no Brasil tem um aliado importante, o Sistema Único de Saúde. A maior parte dos pacientes pediátricos com câncer depende do SUS para ter o ao tratamento. Contudo, temos ainda um número indesejado de pacientes com atraso no diagnóstico, que tem impacto direto nas chances de cura”, afirma Dr. Neviçolino de Carvalho, médico oncologista pediátrico e presidente da SOBOPE.

O o aos exames para garantir um diagnóstico preciso e em tempo adequado representa outro ponto sobre o qual é necessário investimento, tendo em vista que o tratamento é definido com base nas informações obtidas por esses métodos de investigação (laboratoriais, radiológicos, medicina nuclear, patologia, citogenética e biologia molecular), associados a variáveis clínicas peculiares a cada tipo de câncer.

“O tratamento deve ser direcionado conforme a estratificação de risco objetivando cura com a menor morbimortalidade. Ter garantidos os quimioterápicos e imunoterápicos reconhecidamente eficientes para cura é um dever de todos nós, médicos e gestores. Vivemos nesse contexto de problemas graves: por um lado, desabastecimento de medicamentos fundamentais e que não têm substitutos disponíveis e, por outro, a dificuldade de incorporação de novas tecnologias e medicamentos inovadores (principalmente imunoterápicos) devido ao alto custo”, continua o presidente da Sociedade.

A terapia é complexa e multidisciplinar, mas possível. O tratamento de e tem papel central no tratamento. Garantir antibióticos, antivirais, antifúngicos, fatores de crescimento de neutrófilos, hemocomponentes, Unidades de Terapia Intensiva faz toda a diferença no enfrentamento às intercorrências do tratamento.

De acordo com o ‘Panorama da Oncologia Pediátrica’, elaborado pelo Instituto Desiderata, existe um alto índice de tratamento de adolescentes em hospitais não habilitados: 43% dos pacientes entre 15 e 19 anos foram tratados em hospitais sem habilitação em oncologia pediátrica, em desalinho com as orientações nacionais e internacionais, que indicam o tratamento em centros especializados para esse público.

Enquanto nos países de alta renda a sobrevida de crianças e adolescentes chega a 80% em países de média e baixa renda essa sobrevida é muito inferior.

Outro ponto em destaque na pesquisa efetuada pelo Instituto Desiderata é em relação à mortalidade por câncer no Brasil. A maior taxa específica é entre os adolescentes (51,1/milhão), seguida de crianças de 0 a 4 anos (46,9/ milhão). Nas faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 14, os valores são próximos: 37,9 e 37,1 por milhão, respectivamente

“É necessária uma reflexão em que médicos, gestores de instituições hospitalares, gestores políticos e a sociedade civil organizada, cada um dentro da sua esfera e de suas competências, possam convergir para a melhora objetiva de todo o processo desde prevenção até o cuidado e seguimento pós tratamento. Além disso, estruturar os cuidados paliativos que possam garantir uma assistência completa”, declara Dr. Neviçolino.

Por fim, o oncologista reitera: “O futuro da oncologia pediátrica brasileira tem que ser no sentido de providenciarmos que todas as crianças e adolescentes com câncer possam ter o melhor tratamento e a melhor chance de cura”.

Redação

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